Num tempo distante, numa tarde de sol,
Uma chuvarada longa tudo inundou
Os bichos procuraram abrigo
sem desconfiar se quer do perigo.
Depois da tempestade, o silêncio reinava.
O fogo se reduziu a brasa minguada.
Foi a noite mais escura, mais comprida, mais sinistra e mais parada.
A esperança vinha quando o téu-téu solitário cantava.
Com a enchente boiguaçu acordou
Enfezada e faminta estava quando a água baixou
Mas só carniça encontrou.
Com os olhos de cada bicho morto cobra-grande se fartou.
Foi enchendo seu corpo transparente
Com o último feixe de luz que os olhos viram.
Virou uma coisa incandescente,
Virou Mboitatá, a cobra de fogo.
Quando não cabiam mais os olhos presos no seu corpo,
Foi então que o dia preso na noite se libertou
e um novo dia raiou.
Dizem que Mboitatá, as matas, está a vigiar.
E aparece, às vezes, como madeira em brasa
Para castigar quem, suas terras, maltratar.
O projeto Nana Conta lendas Brasileiras tem o apoio PRÊMIO POR HISTÓRICO DE REALIZAÇÃO EM LITERATURA – Autores, EDITAL PROAC EXPRESSO LEI ALDIR BLANC Nº 49/2021
FICHA TÉCNICA
- Autoria, direção, roteiro, coordenação do projeto, pesquisa, narração e criação: Ana Paula Carneiro @ana.paula.carneiro
- Produção e assessoria de imprensa: Tiago Munhoz @tiago.munhozz
- Ilustrações, roteiro de animação, storyboard, arte gráfica: Ricardo Bagge @bagge_cartum
- Designer de animação, designer gráfico: Mateus Calderan @umbigae
- Produção musical e desenho sonoro: Thiago Faustino @thiagofauster
- Edição de vídeo: João Medeiros @joaovmedeirosss
- Revisão de texto: Ana Amélia Maciel - @amora_comunicacaoecultura
Confiram aqui o vídeo da MBoitata
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